Escolas de negócios lançam cursos rápidos sobre ESG

A maioria dos programas foi criada no ano passado e ganha novas edições em 2021

Por Jacilio Saraiva — Para o Valor, de São Paulo

Data da publicação: Terça-feira, 02 de fevereiro de 2021

Escolas de negócios e instituições do setor de governança corporativa estão lançando cursos

curtos sobre ESG, sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governança. A maioria dos

programas foi criada no ano passado e ganha novas edições em 2021. Entre os alunos, a demanda está

concentrada em integrantes de conselhos de administração e gestores de fundos, além de executivos de

áreas como sustentabilidade, jurídico e finanças. Há turmas abertas, todas on-line, a partir de março. As

inscrições vão de R$ 1,5 mil a R$ 8 mil.


Nas próximas semanas, a Fundação Getulio Vargas (FGV) deve definir o início da segunda edição

do “Boot Camp ESG-Encontros sobre estratégias ESG para decisões de investimentos”, programa de dez

aulas com 16 horas de conteúdo. A primeira turma aconteceu em novembro de 2020.

O conteúdo aborda os principais conceitos associados à agenda ESG no mercado financeiro,

discussões sobre os desdobramentos das práticas de sustentabilidade na área de investimentos e as

estratégias mais usadas, explica Annelise Vendramini, coordenadora do Programa de Finanças

Sustentáveis do Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces), da Escola de Administração de

Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV- Eaesp).


O primeiro “boot camp” ESG da GV, com 25 alunos, reuniu perfis variados de participantes, entre

advogados, conselheiros, executivos da iniciativa privada e da administração pública, explica. A

programação destaca ainda temas mais específicos, como a precificação de carbono e os impactos

socioambientais de grandes obras de infraestrutura.


No Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o interesse é mostrar casos práticos e a

importância do envolvimento das lideranças nos planejamentos sustentáveis, explica a diretora de

desenvolvimento Adriane dos Santos de Almeida.


A partir de março, o instituto promove a segunda edição do curso “ESG: como repensar e inovar

negócios”, com carga de 30 horas distribuídas ao longo de um mês. Apresentamos uma visão ‘macro’ do

ESG na perspectiva da governança corporativa, diz.


Adriane afirma que esse tipo de capacitação ganhou importância na formação dos executivos por

conta de mudanças recentes no mundo dos negócios. Empresas com boas práticas de conformidade estão

mostrando uma melhor performance na pandemia, assegura.


“O ano de 2020 exaltou tanto o ‘S’, do social, quanto o ‘G’, da governança, colocando as pessoas

no centro das ações e apontando que uma organização preocupada com a governança é mais resiliente

nas adversidades”, diz a especialista sobre as letras da sigla ESG.

Agora, não discutimos mais se o ESG vai dar certo, mas, como faremos isso, afirma. “É um jeito de

fazer negócios.”


Sebastian Soares, sócio-líder de ESG e governança corporativa da KPMG no Brasil, afirma que o

assunto virou uma questão de propósito corporativo, além do ganho financeiro. Não há problema das

corporações existirem para gerar lucros, explica, mas a questão central é como contribuir para melhorar

o planeta.


É nessa linha que a KPMG Business School montou o curso “Environmental, social & governance”,

que teve a primeira turma em janeiro e ganha novas edições em março e abril. Reúne especialistas da

consultoria e depoimentos de empresas que vivenciam políticas de sustentabilidade no dia a dia. “Os

alunos querem entender como implementar o ESG nas suas organizações”, diz Soares.

Em abril, a ESPM oferece seu primeiro curso na área, “Como decidir e crescer com stakeholders

& ESG”. De acordo com Guilherme Athias, professor do ESPM Leadership Academy, iniciativa da

instituição voltada para o desenvolvimento de lideranças, a ideia é mostrar como uma boa gestão dos

critérios ESG pode produzir valor para as empresas.


Os gestores precisam decidir melhor usando informações sobre riscos, oportunidades,

investimentos e retorno nas suas relações com stakeholders em temas ambientais, sociais, éticos e

institucionais, explica Athias, ex-vice-presidente da Nike para relações governamentais e também

professor da Academia Diplomática de Bruxelas, onde mora. “A competitividade e a prosperidade das

corporações nesta década estão associadas ao ESG como eram em tecnologia no passado.”


Na Fundação Instituto de Administração (FIA), o curso “Negócios Sustentáveis na Prática” começa

no dia 29 de março e apresenta debates sobre investimentos de impacto e relações com investidores, diz

o professor Isak Kruglianskas, presidente da FIA. “Os executivos desejam aprender como propor iniciativas

organizacionais que considerem as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, afirma.

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